quarta-feira, 3 de abril de 2013

Carta a um amigo: reflexão sobre três tipos de relacionamentos


Carta a um amigo: reflexões sobre três tipos de relacionamentos



           Entendo que existem três tipos de pessoas que orbitam a ideia de relacionamento. O admirador, o colega e o amigo. Compreendo ainda, que cada pessoa dessas tem um adjetivo-chave que resume toda a sua contribuição em um relacionamento.
Ora, comecemos pelo admirador. O admirador é aquela pessoa que não quer sentir nada por nós, senão observar nossas características positivas, contemplar as afinidades ou apenas aproveitar a companhia para se tornar admirado também. Em outras palavras, o admirador só é companheiro enquanto usufruirmos de qualidades que lhe dão motivo para acreditar que algo em você é útil a ele. Deseja perder um admirador? Basta deixar, por um momento, de oferecer o que ele precisa. Isso acontece muito com pessoas que se aproximam com o objetivo de aprender alguma coisa com você. Construído aquele conhecimento, você não significa mais nada. Nada mesmo.
Falemos do colega. Que tal a expressão: colega é igual à impessoalidade que é diferente de amor. Sim, entender o comportamento de um colega é simples. Ele é o “companheiro” que não tem compromisso nenhum com o outro, é a pessoa que está em ocasiões gerais, nunca em momento específicos. A resposta de um colega é sempre sim, desde que isso que lhe tire nada, não lhe custe nada. Não se pode depositar confiança em colegas, pois são como a neblina que vindo o calor desaparece. Claro que existem pessoas com as quais não haverá uma relação mais íntima que a de colega. Mas em uma relação assim, é necessário saber que qualquer coisa que sugira compromisso, carinho ou atenção, na verdade não passa de formalidades.
É interessante como a ideia de equilíbrio é perceptível nas coisas. Para manter sempre o equilíbrio e a possibilidade de bons relacionamentos que incentivem a cooperação e a busca da alegria, existe a amizade. A amizade é a admiração somada ao respeito, somado ainda ao sentimento, ao bem-querer. O amigo é aquele que tem compromisso com o outro e se preocupa com ele. É aquele cuja relação é de aperfeiçoamento, de crescimento. Em um momento em que precisamos de ajuda, quem vem nos ajudar não são os admiradores, não são os colegas, mas os amigos. Os amigos são companheiros cuja relação envolve a família, envolve, em alguns casos, socorro financeiro e, é claro, apoio moral nas decisões e críticas nos erros.
Somados, estes três tipos de relacionamento formam a maior característica de nossas relações humanas no dia-a-dia. Estamos cercados de admiradores, colegas e amigos, apesar destes últimos estarem numa cifra consideravelmente menor. Devemos, como relacionáveis que somos averiguar a relação de maneira sólida, racional, pois se houver uma interpretação equivocada ou uma expectativa maior do relacionamento de admiração e coleguismo, alguém se decepcionará e sentirá a amarga dor de ser deixado pra trás.
Enfim, concluamos: o admirador é uma espécie de aproveitador; o colega é um indiferente; o amigo o companheiro. Valorizemos a todos, mas com a especialidade que merecem.


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