quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Você é jovem ainda? Amanhã velho será!


Sei que quando você leu o título deste texto seu pensamento foi conduzido a uma das músicas mais marcantes da trilha sonora do inesquecível seriado mexicano Chaves. Não é para menos: Chaves marcou e marca gerações! Por mais que já tenhamos assistido todos os episódios, são sempre engraçados e empolgantes.

A proposta deste texto, porém, não é falar sobre o Chaves, mas refletir sobre o que é envelhecer. Hoje em dia reunimos diversas informações e conhecimentos sobre a velhice e as possibilidades de conviver bem com as limitações físicas que ela traz, mas mesmo asssim, ainda evitamos temas desta natureza por acreditarmos que não dizem respeito a nós. Nós quem? Nós que somos jovens (ainda). 

Ser jovem é viver no auge da força física e do vigor intelectual, mas não é garantia de estar vivendo o melhor da vida. Ah, já sei, você inferiu que eu vou defender que a melhor fase da vida é a velhice pois com ela vem a sabedoria, algo essencial para uma vida feliz. Também não! O que trago é a reflexão de que a inevitabilidade de cada fase da vida deve nos assegurar no mínimo a convicção de que temos que aproveitar cada fase sem hierarquizá-las de maneira emocional. Como assim? Vejamos a seguir.

A juventude nos dá o tempo, o vigor, a energia, mas raramente a experiência e o bom jugamento. A vida adulta, a chamada meia-idade, mantém boa parte do vigor e da energia, mas exige seu uso em coisas das quais não conseguimos fugir (pelo menos a maioria das pessoas), como o trabalho e os compromissos sociais dele docorrentes. A velhice, por sua vez, dá o tempo livre, mas rouba o vigor e a energia. Traz a sabedoria, mas leva consigo a beleza nos padrões estéticos cultivados na sociedade de consumo na qual vivemos. Vamos todos envelhecer, mas saber lidar com isso é mais fácil na teoria do que na prática. Por quê?

Envelhecer é um processo de aceitação. Quem não aceitar, já está sofrendo. Ser jovem é bom, mas em algum momento temos que nos desapegar emocionalmente do modo de ver o mundo típico de um jovem. Se não o fizermos, seremos confrontamos com nosso eu envelhecido de maneira mais dramática possível, pois enquanto o corpo prova sua mudança, a mente tenta negar que esta mudança ocorreu. Temos que ser velhos e viver com velhos? Não, cada um vive como quer. A maturidade, porém, tem seu papel próprio, fugir disso nos levará a um processo conflituoso com as novas gerações que querem ver nos mais velhos alguma referência. 

Você é jovem ainda? Se sim, então viva isso, mas seja responsável, pois amanhã você velho será! Calma, mas isso não é uma tragédia, é a vida! Se você envelheceu, é por que está tendo uma vida longa!  Se já é velho, então aproveite os benefícios desta fase da vida e influencie pessoas sem somente reproduzir suas memórias e ainda entregá-las gratuitamente. Viva, sinta e use o seu corpo nos limites máximos daquilo que ele oferece. Seja feliz. 

Autor: Líniker Santana

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