segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Um Questionamento Valioso



          Uma certa vez um aluno me abordou e disse que gostava muito de ler meus textos, pois o incitava a pensar melhor, palavras dele. Contudo, não deixou de questionar algo. (será já o primeiro reflexo do estímulo filosófico apresentado na leitura dos textos?) Disse que as publicações eram muito longas, o que, grosso modo, contribuía para a perda de raciocínio em algum momento de sua leitura. Claro que não poderia concordar de imediato com sua argumentação, sobretudo porque não dá para discutir filosofia com palavras curtas sempre, embora em alguns momentos é essencialmente possível. Falei que provavelmente depois de um tempo ele se adaptaria à leitura de textos longos, como consequência simples do seu gosto pela filosofia e outras discussões apresentadas neste blog. Ele concordou.
              Não posso negar, porém, que o questionamento que ele me fez causou um certo desconforto de espírito, como que algo não estivesse encaixando bem. Não pelo modo, mas a natureza. Será esse um dos nossos problemas no que concerne ao interesse pela leitura? Perda de raciocínio? Será que nós nos comunicamos de maneira tão formal ao escrever que dificulta o raciocínio alheio? Será que não reduzimos as expectativas do nosso leitor às nossa expectativas? Bom, diante desses questionamentos, resolvi realizar um auto-desafio: posso falar mais com menos palavras e para mais pessoas, pois, não sei se por hábito ou cultura, nós (não posso deixar de me incluir, é claro) preferimos ler mais textos com menos palavras do que menos textos com mais palavras.
             Primeiro passo dado então: Te contei isso com apenas três parágrafos e dezoito linhas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário