Contradição

     Hoje nós vamos falar de Mauro, um homem relativamente jovem, cheio de sonhos e de medos. Seus medos possuem a mesma proporção que seus sonhos, mas às vezes tomam a dianteira de suas ações e tornam-no uma pessoa recuada e desconfiada. Ao que parece ele luta contra isso.

    Mauro não é mais um garoto, mas às vezes parece que ser ver como um. Vive a vida com certo grau de irresponsabilidade, embora sua mente não o deixe em paz no que se refere às suas obrigações. Ele é uma pessoa que se diz atormentada pelos pensamentos, pois admite que embora seja afeito da sinceridade, da verdade e do domínio próprio, muitas vezes teve prazer em se beneficiar de situações em que a sinceridade foi suprimida em nome de um prazer juvenil.

     O rapaz, cuja reputação de bom e de eficaz o precede, se incomoda com o fato de muitas vezes seu ser mais íntimo não confirmar tal reputação. O notável embate existencial entre essência e aparência faz de Mauro uma pessoa que se percebe como uma contradição. Quer ser agradável e responsável, mas não pretende abandonar as sensações que uma certa dose de irresponsabilidade pode lhe trazer. Ele deseja agradar aqueles que o admiram pelo seu alto grau de capacidade técnica no que se refere à sua profissão, mas não consegue deixar de se censurar por não celebrar a si mesmo com o mesmo prestígio e admiração.

     Todavia, se a contradição parece definir Mauro, é ela mesmo que o move. Mauro encara a si mesmo com alguém que pode chegar lá. Lá aonde? Na essência de sua própria existência. Ele entende que, ao perceber-se com tamanho grau de cristicismo, pode construir a si mesmo numa perspectiva mais realista e mais significativa. As aparências ficam ameaçadas quando Mauro se deixa seduzir pela percepção de sua contradição. Mas, como foi dito, Mauro possui medos. Esses medos são a trava que o impede de transformar estas contradições que conseguiu perceber em si mesmo em ações modificadoras. Mauro precisa se libertar destes medos. Quem o pode ajudar? Você Razão? Você Fé? Ou você mesmo, Mauro?

Reflitamos.

Autor: Líniker Santana