“Será
o amor um meio ou um fim? ”
Esta pergunta pode ter mil respostas, mas me
reservo neste pequeno texto a especular o que responderia Soren Aybe
Kierkegaard, um grande pensador. Pensador da dor, do sofrimento, da
subjetividade e do amor, ou, por que não, do não-amor.
Kierkegaard,
morto em 1855, escreveu várias obras, uma das quais, O Diário de um Sedutor,
apresenta uma certa noção de amor. Para o filósofo, o indivíduo pode direcionar
sua maneira de ser e viver por três caminhos, cada um deles, apresentando uma
noção de amor diferente.
O
primeiro caminho seria o do prazer, que Kierkegaard chamará de estágio
estético, momento onde o prazer é o foco do indivíduo. A alegria, o desejo, a
necessidade de saciedade sensorial, tudo isso existe como horizonte a ser
buscado e alcançado. Eu diria que o amor neste contexto teria uma conotação
simbólica, surgindo como uma espécie de atração física e prazer visual. O
indivíduo então só amará quem estiver inserido em sua ideia de beleza.
Em
seguida temos o caminho da responsabilidade, o estágio ético na filosofia
kierkegaardiana. Neste percurso o indivíduo se vê como alguém cuja
responsabilidade é o centro de sua existência. Aqui temos o ser ligado a ideia
de que sua maneira de existir deve levar em conta a de outros indivíduos por
quem é responsável. O amor neste percurso seria a negação de si mesmo em função
do outro, é um amor altruísta.
Por
último o caminho da fé. O amor nesta perspectiva tem caráter religioso. Seria o
desapego pelo “eu” em função do divino, o estágio religioso de Kierkegaard.
Aqui temos um indivíduo que nega não apenas sua própria vida, mas abre mão de
tudo em função de uma relação mística com a divindade.
Mas,
qual seria a resposta de Kierkegaard a questão acima apresentada? Bom, com a
ousadia de quem deseja pensar, diria que para ele o amor pode ser meio e pode
ser fim. Dependerá do indivíduo. O amor existe, é um fato. O seu caráter será
definido pelo sujeito, por meio de sua interação subjetiva com a realidade. Como
qualquer outra coisa o amor não existe fora do homem, mas a partir dele. Por
isso ame, mesmo que não entenda o que é o amor.
Autor: Líniker Santana
Autor: Líniker Santana
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