O finito infinitivo

Não escolhi nascer, tampouco quero morrer. Viver é bom, viver é estar diante de um mundo a ser explorado, é ver o que não sou eu, o que está fora de mim e me identificar como algo que é e está no mundo. Viver é ser e ser é ter um lugar só meu no Cosmos. Não quero, mas devo morrer, pois quando morro abro espaço para outro ser que será e que significará este mesmo mundo que significo e significarei por algum tempo. Mas, por quanto tempo? Não sei. Não sei quem sabe e não acredito em quem alegar saber. Viver é isto: não saber até quando vai viver. Morrer é isto: interromper a vida que não queria ser interrompida, romper com um fluxo que se julgava ininterrupto. Contudo, enquanto não houver sentido em morrer, continuará havendo sentido em viver, pois uma coisa só é enquanto a outra não for, por isso vivo, pois é o que sou, uma vida. Enquanto eu for, farei questão de ser e evitarei a todo custo deixar de ser, pois é assim que funciono e é assim que funcionarei até o dia que inevitavelmente cessarei.

Autor: Liniker Santana